Primeiros socorros na escola

O Colégio Conectado fez parte do projeto piloto desenvolvido pela Professora Dra. Ana Paula Boaventura e a Enfermeira Cleuza Aparecida Vedovato da Faculdade de Enfermagem da Universidade Estadual de Campinas UNICAMP visando o treinamento de Primeiros Socorros nas escolas para funcionários, professores e para as crianças de seis a 16 anos de idade.

As escolas têm um importante papel na promoção da saúde, prevenção de doenças e de acidentes entre crianças e adolescentes, para isso faz-se fundamental a presença de pessoas capacitadas nas escolas por meio de atividades educativas visando avaliação e as condutas diante de uma situação de emergência.

Pessoas que sofrem uma parada cardiorrespiratória (PCR) dependem prontamente do Suporte Básico de Vida (SBV) e esta quando é presenciada deve-se instituir as manobras de ressuscitação cardiopulmonar (RCP), por isso é incentivada a educação em SBV, no mundo todo, pois estudos mostram que 50-65% das PCR  acontecem em casa e estas vítimas estão menos propensas a receber RCP na residência, do que aqueles sujeitos que estão em outras localizações extra-hospitalar. Nestes casos, os espectadores são geralmente membros da família e podem incluir crianças em idade escolar.

Em locais públicos com grande circulação de pessoas, geralmente não há informações específicas sobre o que fazer frente a uma emergência, as quais envolve atitudes simples relacionadas à prática de primeiros socorros, que também visam prevenir agravos por meio de condutas inadequadas acarretando danos às vitimas e ainda, evitar a solicitação excessiva e às vezes desnecessária e incorreta do socorro especializado em emergência.

As crianças e adolescentes passam hoje a maior parte do dia na escola, onde lesões acidentais são suscetíveis de ocorrer diante do grande número de atividades em grupos. Recentemente, tanto a American Academy of Pediatrics quanto a American Heart Association seguem diretrizes mundiais de Emergências Cardiovasculares e Ressuscitação Cardiorrespiratória estabelecidas pelo “International Liaison Committee on Resuscitation” (ILCOR), enfatizando a necessidade de profissionais capacitados para estabelecer planos de atendimentos sistematizados de emergências nas escolas, bem como para lidar com risco de vida e emergências médicas em crianças.

Os objetivos destas diretrizes incluem o desenvolvimento de um eficiente e eficaz sistema de comunicação em todo o ambiente escolar para com os serviços médicos de emergência local, estabelecendo e praticando periodicamente este plano com treinamentos simulados, envolvendo enfermeiros escolares, médicos, professores de educação física, outros professores e funcionários, assim como os alunos que também devem estar capacitados em primeiros socorros e ressuscitação cardiopulmonar, estando a escola equipada com desfibrilador externo automático (DEA) que pode ser utilizado por socorristas leigos sendo de fácil manuseio.

Vale enfatizar que as escolas são os locais ideais para criação de programas de treinamento e desenvolvimento de habilidades no atendimento as emergências porque uma grande parte da comunidade não tem acesso a estes conteúdos e não sabem como agir, recomenda-se que os módulos de SBV sejam implementados como uma parte obrigatória no currículo das escolas.

Trata-se de um projeto piloto que justifica-se pela importância na ampla capacitação de crianças e adolescentes, bem como todos os profissionais que atuam em escolas quanto à abordagem das noções básicas de primeiros socorros assim como a implementação de planos de atendimentos de emergências nos ambientes escolares.

Este estudo contempla crianças de seis a 16 anos de idade que serão reunidos em grupos etários que farão o curso com duração aproximada de uma horas onde serão apresentados os seguintes conteúdos teóricos e práticos: Reconhecimento da Situação de Emergência (PCR), manobras básicas de ressuscitação cardiorrespiratória sendo: avaliar nível de consciência, solicitar ajuda acionando o serviço médico de emergência (192/193), fazer compressões torácicas, utilização de desfibriladores externos automáticos (DEA); reconhecimento da vítima engasgada, aplicar manobras de desengasgo em adultos e crianças.

Para professores e funcionários além dos conteúdos acima citados eles também receberão treinamento para a avaliação das condutas frente às situações como: hemorragia externa, convulsão, desmaio, sangramento nasal e avulsão dental; e também em quais situações devem acionar o resgate.

Os materiais utilizados para realização do estudo serão: o simulador Real CPR Help® Travel Trainer que possui uma simulação de torso, CPR-Dpadz® e um simulador fácil utilização e transporte, ideal para demonstrações ou treinamento em RCP e um desfibrilador externo automático para treinamento ZOLL® AED Plus Trainer 2.

Espera-se com este estudo ampliar e divulgar a necessidade de treinamento e capacitação em emergências das crianças e de profissionais que trabalham com crianças no ambiente escolar, sendo este um estudo piloto que irá aprimorar os instrumentos e técnicas de treinamento em emergências para crianças.

Após implementação dos programas de treinamento em emergências nos locais do estudo, o projeto será ampliado e será estabelecido convênios junto às prefeituras da Região Metropolitana de Campinas no Estado de São Paulo visando implementar e manter estes treinamentos em todas as escolas.

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